O Restaurante O Escuteiro está situado num lugar simplesmente diferente: Praia da Granja!
Outroras um bairro piscatório de humildes casebres de madeira, com crianças pulando, e barcos de proa alta que singravam as águas do oceano, ora calmo, ora revolto e assustador, trazendo para terra o produto das fainas, a Granja inicia um período próspero quando o abastado comerciante portuense, Fructuoso José da Silva Ayres, após ter comprado, em 1860, a Quinta da Granja, resolve criar, no vasto areal, ...
Leia maisO Restaurante O Escuteiro está situado num lugar simplesmente diferente: Praia da Granja!
Outroras um bairro piscatório de humildes casebres de madeira, com crianças pulando, e barcos de proa alta que singravam as águas do oceano, ora calmo, ora revolto e assustador, trazendo para terra o produto das fainas, a Granja inicia um período próspero quando o abastado comerciante portuense, Fructuoso José da Silva Ayres, após ter comprado, em 1860, a Quinta da Granja, resolve criar, no vasto areal, uma praia de banhos. Resolve a contento com os pescadores residentes naquele local, a mudança dos casebres e a preparação do areal e, assim, nasce a Praia da Granja!
Ergue-se, embora com vida efémera, uma praça de touros, um campo de ténis e um campo de hipismo, aparecendo depois, o que fora afamado Hotel da Granja e a Assembleia, centro de cultura, de diversões, de bailes, de jogos e elegantes festas mundanas, edifício que ainda existe mas se encontra em mau estado de conservação.
Após, Fructuoso Ayres, ter construído sete bonitas casas para os seus sete filhos (casas que ainda fazem parte daquele património, hoje, preservado pelas Leis), outras casas foram surgindo em diversos estilos com predominância para os "chalets". O comboio impulsiona a vivência da praia: traz banhistas, traz a sociedade da época chamada de "elite".
Em Fevereiro de 1862, segundo se lê nos jornais da época, "foi recebida com delirantes manifestações populares, a chegada à Granja, de uma locomotiva dos caminhos de ferro, a 1ª da linha em construção, que veio só do sítio em manobras". O edifício da estação em 1863 já estava de pé e atrai escritores, artistas, afamados industriais e comerciantes e a realeza não lhe fica indiferente à "praia mais aristocrática do País e dos sítios mais lindos do nosso lindo Portugal", como comenta um periódico de grande expansão.
Praia que acolhe Eça de Queirós e, daqui, nasce o idílio que o levou ao casamento, aos 39 anos de idade, com Emília de Castro Pompeia, irmã de D. Manuel de Castro Pamplona, conde de Resende, cujo solar distava cerca de cinco quilómetros da Granja: o Solar dos Condes de Resende, hoje carinhosamente recuperado e destinado ao Centro Cultural de Vila Nova de Gaia.
Praia que Ramalho Ortigão, no seu livro "Praias de Portugal", imortalizou e deixou escorrer da sua satírica pena: "A Granja, é uma povoação diamante, uma estação "bijou", uma praia de algibeira. Ao chegar tem a gente vontade de a examinar ao microscópio; ao partir levá-la na mala; entre camisas, como um "sachet"".
Pois, foi, nesta afamada e bonita localidade, que se realizou, em 1930, o terceiro Acampamento Nacional de Escutas, na espaçosa Quinta de Forbes, pertença do Dr. Forbes.
A poucos quilómetros da Granja, em Miramar, vivia o escultor gaiense, José de Oliveira Ferreira, que ali construiu o atelier (hoje pertença da Associação Cultural Amigos de Gaia, doado por familiares do escultor) onde, entre outras obras, foi criado o monumento às guerras peninsulares, erguido no Campo Grande, em Lisboa. Oliveira Ferreira, visitou e viveu, de tal forma, o acampamento, ao ponto de criar uma maqueta-gesso, com um "scout" em reflexão, uniformizado a rigor e detalhadamente esculpido. É esse gesso, propriedade dos Amigos de Gaia, que serve de modelo para a estátua que se ergue na Granja, na Praça Dr. Forbes, em homenagem ao escultor e ao Escutismo, que, também, dá nome ao nosso restaurante!